26.6.11

Pronunciamento

Cabe tudo no silêncio. Se o barulho.
Se o barulho não é uma tentativa de despistar essa amplidão. Por tanto. Queremos porção, uma poção de palavras para dizer o que foi - o que é - e o que sermos-emos.
Um punhado de sentenças. É a vontade.

Mas só há cala calam. cala midade.
Bocas cerradas. E mais nenhum encantamento sendo proferido. Já há tanto! Sim. Tanto desejo, que quando for dito, quando a palavra roçar a realidade: sedentos, devoraremos todos os sentidos.
Nós vamos lamber os conceitos. Memorizar as máximas. Estampar a síntese.
Utilizar nomenclatura.
Porque o silêncio, querido, é uma espécie de dita dura.
Ao nada, falta superfície. E sobre que textura nos debruçaremos?

Esse significado arreganhado que o silêncio traz. É um convite à invenções.
O silêncio são palavras desmontadas.
Nossa vontade é cavalgar.

12.6.11

Fim de festa

E vem uma dorzinha no coração. Uma tristezainha de inverno. Aquele muxoxo de fim de festa e, ah, a conclusão se instala, leve leve, boba boba, certa bomba, ai: acho que virei estatística. E agora? Bem, amigo, a esperança é resignificar. Deve haver quem decodifique. E se eu for número, que eu seja símbolo. Agora, senta aqui. E vamos ver a paisagem. Nesse banco. Para sempre. Esperar.