30.3.09

Pá, pá

Andando, virando mil rodas de estrelas e cânticos jubilosos.
Amor de névoas, de nuvens tão lindas
E é vento no rosto
pulo de leveza
E a gente corre, desconcerta e vive morrendo de vontade de ser
Mas ninguém sabe
Todos ignoram a vontade de transmutar-se para outro tipo de ser que possa explodir sempre que haja muito luto
E a gente luta, briga, anda por túneis, cava uma vida inteira
Faz coroa de pétalas
Nuveando
Matando nossas mortes diárias
Acreditando em amores vindouros perfeitos
Infundíveis com a tristeza
Fantasiados de delícias
Vestidos de doçura
Com voz macia e música pelos pêlos
Caminha, saltando, correndo, sorrindo por estar
E vai para um lado
joga para o outro
Balanço do som
Nublado, chuva, chuva
Medo, frio, escuro. Solidão. Vertigem
Sol, arco-íris
Beleza. Beleza
Alívio.
Tirando os agasalhos, o inverno passou, é tempo de flores
E eu vou, germinando no mundo
E eu canto
Eu luto por vidas alheias e minhas
E luto por sonhos tão puros e bons.
Sem que nada se perca
Sem que nada se esvazie. Sem que tudo me extrapole
Sem desistir de não caber no mundo
E eu ponho óculos pra ver o sol E escovo os dentes para comer pedras.
Nada se sabe.

4 comentários:

Miguel Del Castillo disse...

e eu gostei bastante desse aqui.
"nuveando" (excelente)

patrícia disse...

um beijo pra você por todo esse colorido de palavras belas. :*

Fernanda. disse...

olha! que coisa nuvem!

Bianca disse...

UAU!

*.*

[amigos indicam... sabe como é... Adorei suas palavras! Caramba!]

beijos!
Desculpe por invadir!