14.3.13

José pinguim


Eu que não amo você.

Uma página em branco. Para eu tatear aquilo que sinto. Letra por letra. Cuspe por cuspe.

Meu bem, ah, meu bem. Não se preocupe em ficar invisível, há tempos que eu não lhe vejo. Ah, chuchuzinho, não fique assim ensimesmado. Nada de mal vai acontecer, um chute no seu traseiro não é assim uma má notícia. Veja que é um pontapé simbólico. Eu montei em mim mesma e estou aqui galopando nas minhas ideias. Uma pessoa indigna de vernáculos. Veja que nem nada você é. Eu, benzinho, não amo você.

Certo dia, cruzei as minhas pernas, coloquei meus óculos emocionais e vi que meus sentimentos estavam cheios de fissuras e verrugas nojentissímas. Passei limão. Comprei pomada de melão asiático. Mel fervente. Gengibre em gotas. Mas não dei conta de curar essa porqueira toda.

Pinguinho. Zé pinguinho. Ama em gotinha. Tadinho, não sabe jorrar.

Por isso, lhe digo agora: passar bem. Estou a meter o pé. Como um defunto corriqueiro: passando dessa para melhor.

Um comentário:

Karol disse...

rs definitivamente sou eterna admiradora da sua sutileza!!!