Foi quando o mal se deu. Uma
fumaça maligna tomou mentes e corações no pequeno vilarejo de JA. Acontece que
Gabriela, uma mulher voraz e barrigudinha, levou todas as chaves da casa,
deixando seus irmãos indefesos na fortaleza. Presos eternamente, de calças
arriadas e muito tristes. Mesmo.
Sor Vaguilmes Nem respondeu
bravamente a este obstáculo, clamando por calma e foco na busca de chaves que
eventualmente abrissem as portas. Vivaninha, ao contrário, se sentia
injustiçada e raivosa. Lamentava efusivamente e desejava vingança. Muita
vingança mesmo.
Vaguilmes proferiu: pularemos o
muro. Vivaninha, que estava com uma saia rosa, achou melhor colocar um short de
academia, para evitar uma sedução em massa no pacato bairro de JA.
Ela primeiro colocou sua bolsa no
patamar. Depois suspendeu um pouquinho a saia. Pediu a Deus que não puxasse
fio. Pé na maçaneta, outro pé no cano. Opa, cuidado que fio desencapado mata.
Mas, justo na hora que voltou seu traseiro em direção à rua, a saia recuou mais
um tantinho. Como que por um golpe do destino sua calcinha começou a se tornar
cada vez mais profunda, num fio dental eletrizante. Suas duas mãos estavam
ocupadas de modo que a sensualidade era inevitável. Um ônibus passou bem nesse
momento, Vivaninha pensou em uma estancada, mas achou que pudesse causar um desequilíbrio
insuperável para a situação. Por fim, conseguiu passar para o outro lado do
muro e deu um salto rumo a sua liberdade.
Ocorre que havia uma velhinha
chocada, que amassava a mãe de uma criancinha sob sua tutela: sem saber se
Vivaninha era assaltante ou descolada. Entre sorrisinhos e desculpinhas, a
Velhinha decidiu pelo descolamento: saiu de perto de Vivaninha.
Humilhada e sozinha, Vivaninha arrumou
sua saia. Aprumou a postura e contou tudo pra Cráudia.
Um comentário:
A craudia, agradece .
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