Quem me dera, que coisa boa seria ter a vida de iô(iô), ficar indo e vindo passeando numa cordinha de barbante, ter sempre uma mão me esperando para me rolar de novo.
E caso eu virasse de mal jeito, ficasse só a rodar um tempinho baratinado, mas tão logo me vissem fora do eixo, me enrolassem, me arrumassem e me soltassem.
Seria bom, fariam esculturas com meu corpo ioioante. Seria bom: eu seria tratada com destreza.
Seria bom esse balançar de cadeira bamba.
Na vida o que se quer mesmo é ter quem lance e ter quem puxe. Se me fosse dado um ioioador competente e aprumado, quem sabe eu não acenderia luzes ou emanasse algum tipo de som. Daqueles sons especiais que testificam excelentes resultados.
Se eu, iô-iô, fosse feita objeto pessoal e guardado com cuidado no bolso. Se eu, iô-iô, fosse artigo de passa-monotonia ou libera-tensão-grave. Se eu fosse desse tipo de gênero, seria espécie divina. E assim, ioioandaria pelo mundo feliz e congratulada de emanar de Deus.
Seria como um cachimbo que estimula graciosos pensamentos dos velhos. Ou como uma escova macia que desembaraça o cabelo das mulheres antigas. Ioiozaria tranquila a vida de todos.
Iô iô : iá iá. Canseira gostosa de partir sem distanciar-se tanto.
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