2.9.09

Pipoca

Era uma vez uma menina que se chamava Dona-quer-saber. Dona-quer-saber é muito bonitinha, tem o cabelo bem enrolado, daqueles que sugerem: tôim e nós, bobos, louvamos: nhôim. Tôim nhôim nhôim e o cabelo dela vai fazendo.



A menina Dona andava meio engraçado, sabe? Parece que ela dava um jeitinho de levitar, de tão macios que eram seus passos, mal deixava pegadas. Você não imagina como eram os olhinhos da garota! Eles eram redondos e enooooooooormes, de uma cor meio verde meio mel. Uma delícia.



A senhorita Dona dona, bem queria saber de uma coisa - e nisso eu queria que você me ajudasse, caso tivesse algum palpite. Ouça bem a seguinte estória:



A dona dona, dona, dona. Então, a senhoritazinha estava querendo descobrir de quem Mário gostava e ficava quebrando a cabeça, dia e noite, noite, tarde e madrugada. Pensando, pensando.

"De quem Mário gosta?"



Talvez você vá logo dizendo apressado: "Mas que fofoqueira!". Não é nada disso, é porque a mocinha não era uma boa entendedora de corações e ficava toda confusa. Na verdade, Quer-saber queria descobrir-se objeto do amor de Mário. Porque já estava decidida de que se Mário gostasse dela, ela também gostaria dele.



Só que nada, nem uma pistazinha. Coitadinha dela, pensava no Mário até quando escovava dentes, e nada. Não conseguia descobrir. Perguntar a ele? Não!



Dona-quer-amor tinha duas opções:

1. Mário estava apaixonado por uma rapariga qualquer, que ela nem conhecia e provavelmente era um banguela cheia de perebas na cara.



2. Ele estava loucamente apaixonado por ela, só que ele não conseguia dizer isso, pois temia que ela não o amasse. Só que não sabia que ela tinha uma pré-disposição para amá-lo muito, desde que o viu. Só que não podia. Só que sem saber disso ele ficou quieto. Só que esse silêncio e esse tempo de quietude só fez tudo ficar bagunçado nas vidas. Só que tudo ia se resolver.



Não pensou em mais nenhum caminho possível, descartou logo as suposições que envolviam alienígenas.



Ai ai. Carrapato não tem pai. Olha, ninguém sabe o que passa por dentro dos olhos dos outros. Vai ver a menina era a flor mais colorida de Mário. Vai ver ele guardou em segredo esse imenso amor. Vai ver, ah, vai ver ele olha pro mar e lembra dela. Recita poemas pensando em seus cachinhos. Vai ver eles serão felizes para sempre.



Dona-quer-saber, quem saberia lhe responder?

Será o tempo?



Eu aposto minhas meias vermelhas que não, que isso chegará por boca mesmo, boca de gente. Com notícias de campo, da donzela banguela ou da Doninha habitante do peito de Mário.



Era isso o que tinha pra contar. Agora que já terminei de falar os fatos e relatos, vou para minha sugestão de final.



Dona-flor-que-Mário-quer em uma dia de verão com a lua bem cintilante. Digo dia, mas já era de noite (achei melhor explicar os detalhes). Dona-etc-etc, encontra-se com Mário, sem querer-querendo muito. Resumindo: A garota saiu de noite pra bater perna e paf! deu de cara com o dito cujo.



Prepare-se, é romântico.



Olha, aí. Mário olhou para a Quero-quero e ficou deslumbrado e nem esperou ela piscar ou coçar bochechas, por exemplo, não. Ele foi logo olhando bem dentro do globo ocular dela e dizendo: “ó, criatura lindorosa, eu sou caidinho por você, não sei como não percebeu antes”. A Dona-quer exclamou: “ih, criatura divina, eu sou distraída mesmo, mas adorei saber dessa novidade”.



E assim, com a maestria celestial de corações transbordantes, comeram pipoca e deram as mãos. As bocas, essas coisas de namorico, ninguém precisa ficar explicando.



Fim!

Um comentário:

Paty disse...

=)
fofo!


ps:(ai essas donzelas desdentadas...)

hehe