17.5.12
Caramba
Decantei em mim mesma. Deicanto a mim. Uma perna estava mais curta, o braço encolheu. Resolvi estacionar aqui no papel. Em tempos de guerra, melhor tirar uma soneca. E assim me quedei, de perninhas cruzadas e mãos enfiadas na areia geladinha. Estando parado pouco importa se estamos meio mancos. Não é imporante que não possamos correr. Parados, temos todos o mesmo potencial: eu e o paralítico. E ninguém sabe de nada. E até eu fico a elocubrar se posso ou não andar bem. Viro-e-mexo-esqueço as respostas das dúvidas que criei.
Esposei-me. Casei-me com minha outra metade- me. Meio frustrante saber que sua outra metade é você mesmo. Um pressuposto para lá de banal e para cá de extraordinário. O outro é externo e metade não pode ser exógeno, para ser constituinte é preciso ser parte. Metade é parte. E parte de você mesmo, só você mesmo. Nos nós cabe o outro, em mim, só eu mesma.
Esse presságio da minha própria completude me caiu como uma bomba. Concluir-me indivíduo. A perna estranhou os passos, braços se dependuraram de outra forma. Como que dizendo: pelo o quê andamos procurando? Eu sempre estive aqui!
Aí parei um pouco para refletir-me. Ao que parece, sempre estivemos em plenitude, não nos falta nada à existência. Mãozinha na areia, perna cruzadinha. Caramba.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Vivisss... E se disser que gosto tanto do COMO escreve, que às vezes não importa nem O QUE eu leio.
Vindo de você, sempre faz sentido e faz sorrir.
thank's
Cara, caramba! Orgulho de vc muito.
Vivi. você é um gênio. Vc traduz nossos sentimentos e questões com uma precisão , simplicidade, maestria que são só suas. Parabéns.
Postar um comentário