11.8.12

Mate


Eu sempre tomei mate leão. Mas mudei, porque eu sou livre, radical e aberta ao novo.
Agora compro mate aos quilos nas Casas Pedro. Compro chá verde – e nunca tomo. É bom pra celulite. É o que dizem. Mas eu nunca tomo. Comprei pimenta também. Pimenta é bom para o coração e outro dia senti meu peito doer. Pode ter sido gases. Isso é. Isso é tão indigno, essa dúvida: “será que morro ou peido?”

Agora. Eu deveria estar estudando ou praticando meditação. Mas falar sobre peido é fantástico. Peidar na água melhor ainda. Aquelas bolhinhas. Você lá, no mar, uma flatulência secreta e selvagem. Sim, você é totalmente selvagem também. Eu tenho uma amiga que adora tirar meleca. Certo. Eu gosto de limpar os ouvidos. Os meus. Com cotonete mesmo, higienização total, muitas vezes ao dia. Um vício.

Percebe? A vida passa e a gente peidando por aí. A gente peida até em igreja, em tempo de matar os anjos sufocados. A gente peida no próprio lugar onde vive. Coisa terrível! Melhor do que xingar ou babar nos outros, isso sem sombra de dúvidas. Peido é coisa muito nossa. E já parou pra pensar a quantidade de coisas que ninguém pode fazer por você?

Ninguém pode falar com sua voz e ninguém pode amar por você. Ninguém pode nutrir suas esperanças e essa gargalhada que você tem presa na garganta só sai quando sua alma ri. E por que ela ainda rindo tão pouco, a sua alma? Por que os problemas acamparam no seu peito?

Venha aqui, meu bem. E pense leve e alto, feito pipa sinta comigo as nuvens. Venha que eu construo um paraíso de palavras para você habitar. Diga seus sonhos que faço deles sua cabana. O meu dom é ser jardim. Eu faço florescer os encantos. Eu sou sua flor. Sou semente e pétalas. Sou brisa, meu amor. Deite aqui, feche seus olhos e descanse. Está tudo bem. Sou rio. Sou tudo. E nada mais.

Isso é tão indigno, essa dúvida: será que morro ou montanha?

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