20.11.13

n doble

Fiquei sem imaginar o que sentir. Quando uma pessoa morre, acontece uma mutilação na gente. O mundo gira em mil imagens e a gente se aconchega em algumas delas: memórias boas, risadas abertas, estórias loucas. Para preencher o vazio. Aí os sobreviventes se aproximam, rosto inchado do choro, alma doída. E a gente abraça, chora e perde muita esperança. Quando uma pessoa morre a gente perde muita esperança. Nos filhos que não nasceram, na velhice não gozada. O passado se torna morada dos nossos queridos e prosseguimos trôpegos. Vacilamos na nossa própria existência.

Eu amo muita gente. Secretamente costuro meu coração à felicidade das pessoas que moram dentro dos meus olhos. Não haverá mais voz. Nemcanto.
Por agora:
A gente se abraça, nus chora e perde-se na pouca esperança.

Ah, Deus sorva-nos com seu paraíso e amor. Esse mundo aqui anda sem cura.

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