9.7.09

Oposto

Conheço uma árvore que nasceu nas costas de um viaduto
Uma flor que mora na barriga de um prédio
Uma pessoa que se estabelece no lixo
Quatro peixes que pairam num papel

Sei de olhos que engoliram uma boca
mãos que andaram nos pés
línguas que conduziram ventanias

Loucura espetada no Globo
Incoerência salpicada em todos

Lugares vazios
Onde não caiba mais nada

Igrejas sem Deus
Vida mortificante
Como?
Como. Me lambuzo e fico cheia de um mundo eternamente impúbere
nunca pronto
Gero esperanças cuidadosas
feito riso de gengiva
aberto e rosa