23.7.09

ração: parte de tudo

“Mas que até razoável tem limite?”. “Eita!”. “Mas se é razoável pronto está sempre.”
Como narrador fiel, transmitirei o pensamento bruto, daquilo que ela dialogava em seu monólogo: “se razoável é coisa boa e equilibrada não deveria de ter limite. e se me dizem que nada demais é bom, digo logo: hipócrita. ser feliz ilimitadamente é crueldade? deve por algum acaso ser evitado? certo que não. parando de despistar, engatinho para o bucho desse raciocínio. a razão precisa de um limite e não o razoável. isso que cabe na compreensão. razoável é a razão fazendo ponderação, se esforçando ao máximo para minimizar equívocos. razoável é fugidor do erro ou enfrentante, se preferir. na medida que:
ou foge carregando o que é importante, faz uma trouxa nas costas e se afasta correndo para que o deslize não tropece no cidadão protegido ou saca uma espada e lança a trouxa para trás de si, impedindo o ferimento do protegido cidadão. fugido-corrido ou parado-espadado é situação de valentia. razoável é questão corajosa e a razão fica boba boba por ter esse atributo. só que o erro sempre beija a face dos humanos. o que demonstra a simplicidade da ruína dos conceitos. a verdade vitoriana é que em alguns momentos o erro será uma etapa e não se deve abortar o processo por conta disso. e se aprende a desequivocar-se. é normal. então é que o cidadão protegido vitoriano é aquele que pega no ombro do razoável, inclina a fronte para dizer: quero tentar, razão. e finca limites do suposto razoável. assim cabe na imaginação e se entende melhor.”